O tempo embaralha incessantemente as cartas da vida
Acho que voltei ao ponto de partida, tal como o filho pródigo que regressa a casa após ter experimentado as complicações de um caminho tortuoso. No meio da dúvida e do medo de continuar avante, vislumbro a luz ténue da tua imagem que me chama de volta às bases reconfortantes que deixei para trás. Sinto-me sem vontade de continuar, sem forças para acreditar que um dia a jogada de mestre acabará finalmente por me sorrir. Desde que voltaste para o abstracto, desde que partiste novamente para longe de mim, acho que ainda não fiz nada que me pudesse orgulhar. Tenho a sensação que somei falhanço atrás de falhanço e que multipliquei os equívocos. Às vezes penso que te procurei ao longo desse caminho acidentado, outras vezes penso que tentei acordar de um sonho e afastar-me da saudade dos momentos mágicos. O certo é que tenho a sensação de não ter ganho muito com a minha aventura, por isso sinto-me como se tivesse voltado ao ponto de partida. O problema é que voltei ao início sem, por enquanto, ter ganho tanto como perdi. Trocar as emoções de um sonho realizado por um caminhar comum e aparentemente mais tranquilo pelas estradas da vida teve em mim danos que se vão revelando gradualmente. Mesmo assim, nem tudo foi negativo. Consegui deixar para trás aquilo que foi durante meses o centro da minha atenção, desfiz-me daquele feitiço maligno que fazia bater o meu coração. Saí desse túnel infernal de escuridão e angústias. Tenho algumas sequelas que tão cedo não vou esquecer mas com o tempo espero curar as feridas. Reconheço que, apesar de tudo, esse feitiço teve efeitos ambíguos. Se por um lado ficaram mágoa, incompreensão, dúvida e falta de auto-estima, por outro abriu-se um caminho novo. Entrei nele, pensando que poderia recuperar a felicidade subitamente mas entendi logo que deveria ser mais paciente. Nessa nova caminhada continuo a duvidar, réstias de um passado ainda tão fresco não me permitem respirar ares de tranquilidade. Seguirei esse rumo, tentando esquecer os medos, encarando a vida de frente, esforçando-me para deixar para trás a apreensão mesmo que diante de mim se erga o incerto de um futuro. Quem sabe se, nessa busca da felicidade, os nossos caminhos não voltarão a cruzar-se, num símbolo de esperança e de força renovada para me ajudar a acreditar novamente. Sei que não és mais do que um cometa que atravessou o caminho da minha vida. As tuas passagens foram fugazes mas intensas. Deixaste no teu encalço a poeira mágica das recordações de um sonho. Se voltares serás mais uma vez como esse astro brilhante e fascinante, concretamente efémero mas sempre presente no meu pensamento. Enquanto espero, enquanto tento reencontrar o rumo certo, espero que as tempestades que me virão assolar não levem consigo as recordações mágicas que me deixaste. Quero acreditar que a tua luz continuará sempre a brilhar num cantinho da minha mente e do meu coração. Sobreviveste aos tufões deste ano, espero que me possas acompanhar ainda por muito tempo. Sei que só depende de mim mas não quero que fiques a ser eternamente apenas um sonho concretizado. Quero que simbolizes um ponto de partida, um incentivo, para uma caminhada que chegue finalmente a bom porto. Voltar ao início é regressar a ti para encontrar alento e perceber que a felicidade é possível, basta para isso erguer-se novamente e voltar à luta. Recordar-te para continuar a acreditar. I crawl back into your open arms
P.S- Acabaram-se os exames! Passei para o 4º ano! Agora vou respirar antes que as aulas regressem. Enquanto descanso, vou admirando a evolução do meu Benfica e o início de época imparável da minha Juventus. Esta época promete...
Um abraço da Diva Bianconera
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