Olá! Após a excelente experiência do úlimo artigo, decidi voltar hoje à temática habitual, nomeadamente ao ciclismo. Sei que há pouquíssima gente a manifestar o mínimo interesse por essa modalidade mas eu tinha mesmo que falar nesse assunto, não só para dar sequência a um artigo anterior deixado em aberto, mas, também, para dar a entender a razão pela qual o ciclismo é uma das coisas que me dá mais contentamento na vida. Há uns tempo atrás apresentei o Rubens, um ciclista praticamente desconhecido mas pelo qual tenho uma carinho imenso e que me fez associar a Suíça, não a chocolates, relógios ou bancos, mas ao ciclismo. Nesse mesmo artigo, descrevia a sua belíssima e inesperada vitória na 1ª etapa da prestigiosa Volta a França, em 2002. Desde esse dia memorável, não consegui deixar de seguir atentamente a carreira do Rubens sem, no entanto, imaginar as alegrias que isso me iria trazer. A sorte começou por sorrir-me em 2003. Na Volta a Portugal desse ano, uma das equipas mais prestigiosas do pelotão a participar na prova foi a formação italiana Lampre. Foi com uma imensa surpresa que pude constatar, no dia da apresentação da competição no Algarve, que o "menino dos meus olhos" fazia parte da expedição. Com muita alegria mas com uma ansiedade ainda maior, fui esperando que a caravana da Volta chegasse ao Norte. Assim, estive presente na etapa que ligou Sta Maria da Feira a Fafe mas não tive coragem de me apresentar nesse dia na partida para tentar obter o autógrafo da praxe. Maldito nervosismo!!!No dia seguinte, fui com a minha família até Mondim de Basto, nomeadamente à mítica subida da Senhora da Graça. Encontrei lá uma paisagem deslumbrante, apesar do tempo pouco a condizer com um dia 15 de Agosto, e um ambiente de festa ímpar. Tive novamente o privilégio de ver o Rubens "ao vivo e a cores" mas, infelizmente, a máquina fez birra e voltei de lá sem fotos. Que azar!!!No final acabei por ficar sem recordações palpáveis. Apenas guardei as imagens inesquecíveis daquele dia na memória. Apesar de ter tido o privilégio de ver quem eu nunca tinha sonhado ver ao vivo, não consegui evitar os remorsos por não ter feito algo mais para incentivar o meu ciclista predilecto. Os meses foram passando e, felizmente, o destino decidiu conceder-me uma segunda oportunidade. Para meu contentamento, o Rubens, desta vez a representar a formação espanhola Saunier Duval, voltou a marcar presença na Volta a Portugal do ano passado. Desta vez, não podia deixar passar uma tal oportunidade. Enquanto o pelotão se dirigia a passos largos para o Norte, tentei dominar a ansiedade e preparei uma faixa de apoio. No dia 1 de Agosto, rumei novamente até ao meu lugar de predilecção, a Senhora da Graça, e lá pendurei a famosa faixa. Esperei a tarde inteira com o coração a bater a 100 que os corredores finalmente chegassem. Infelizmente, na subida o Rubens não viu a minha mensagem mas ouviu os incentivos e eu consegui tirar-lhe uma foto, finalmente!!!!Ainda assim, não me dei por vencida e decidi esperar que ele passasse para baixo, no regresso a Mondim de Basto. Pensei que ia desmaiar com a espera mas finalmente ele apareceu. Grande parte do público já tinha abandonado o local mas eu e a minha irmã que me acompanhava, não desarmamos. Quando chegou à nossa altura e viu a faixa, travou de imediato, apesar da velocidade com que chegara. Quando vi que ele se dirgia para mim, apenas me ocorreu dizer baixinho:"Ele parou!!!". Depois, não me lembro bem do resto, fiquei nas nuvens. Muito sorridente, deu a sua garrafa à minha irmã que segurava a faixa e demonstrou-se surprendido por ter apoiantes em Portugal. O que eu sei de italiano, naquele momento não saiu. Apenas consegui perguntar-lhe se podia tirar-lhe uma foto de pertinho. Ele fez aquele sorriso lindo e eu fiquei com uma foto inesquecível. Depois consegui articular um "Grazie" e "Ciao", ele também se despediu e desapareceu, como uma aparição. Imaginem como fiquei, andei o resto do dia na lua!!!! A noite é que foi curta, a ansiedade de rever o Rubens no dia seguinte em Santo Tirso não me permitiu descansar das emoções. No dia 2 de Agosto, apresentei-me na partida, com muito mau aspecto devido ao cansaço mas, não importou, as recordações iriam ser ainda muitas. Esperei mais de uma hora até que ele enfim aparecesse. A minha irmã pediu-lhe o autógrafo pois as minhas mãos não paravam de tremer mas acabei por arranjar coragem para tirar uma foto com ele. Inesquecível!!! Depois, consegui mexer os lábios para articular um sincero "Bonne Chance", não disse em italiano porque não me ocorreu mas ele também fala francês. Ele respondeu-me muito sorridente com um "Merci" perfumado pelo seu irresistível sotaque italiano. Quando chegou a hora da partida, consegui passar a imensa multidão que lá se encontrava e fiquei num local privilegiado, para poder despedir-me dele com o olhar. Não contava eu com uma última surpresa. O Rubens ficou bem na frente do pelotão e quando foi dado o sinal de partida, ouvi um assobio. Era ele que me chamava a atenção. Ao passar perto de mim, atirou com muito jeitinho um boné da equipa, igualzinho ao que ele trazia quando chegara de manhã. Radiante de felicidade, apenas disse baixinho um sentido "Obrigada" enquanto me apressava a abaixar-me para apanhar a tão preciosa recordação. Assim foram os dois inesquecíveis dias de sonho que vivi na Volta a Portugal 2004.
Peço desculpa por ter-me alongado tanto desta vez mas a emoção de fazer reviver momentos inesquecíveis não me permitiu abreviar ainda mais o meu relato. Não sei se alguém teve coragem de ler até ao fim mas eu adorei escrever este artigo. Ainda fiquei com mais saudades do verão 2004. Despeço-me desejando-lhes que os vossos maiores sonhos também um dia se realizem.
Um beijo imenso da Diva Bianconera, hoje com um espírito de adolescente!!!!
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